terça-feira, 31 de janeiro de 2012

As três peneiras de sócrates!

Amigo- Sócrates voce não sabe o que me contaram!
-É sobre um amigo seu...
-Sócrates- Espera um pouco
-antes que fale  do meu amigo, quero ver se supera uma pequena prova.
-Chama-se, a prova dos três filtos.
-É a verdade.
-Você está totalmente certo, do que isso que vai me dizer é verdade?

Amigo- Não, na verdade eu so ouvi e....

Sócrates- Muito bem, você não sabe se é verdade!

-O segundo filtro
-É o bem.
-O que vai dizer do meu amigo é algo bom?

Amigo-Não pelo contrário...

Sócrates- Então... Você vai me dizer algo mau sobre ele,mas não tem certeza se é verdade.
 -Falta um filtro, o da utilidade.
-O que você vai contar é útil pra mim?

Amigo-Não,realmente não.

Sócrates-Bom se o que você vai me dizer não é nem verdade, nem bom,nem útil.

-Para que você quer me contar?

Amigo-... A verdade é que eu não tinha pensado nisso.





A nossa vã filosofia...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mestrado profissional em educação inscreve para aluno especial

Mestrado profissional em educação inscreve para aluno especial

Wânia Dias
Núcleo de Jornalismo
Assessoria de Comunicação


O Programa de Pós-Graduação em Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação (Gestec), do Campus I da UNEB, em Salvador, vai abrir inscrições – entre os dias 6 e 10 de fevereiro – para a seleção de aluno especial 2012.1 do curso de mestrado profissional.

A pós-graduação stricto sensu é oferecida gratuitamente. O público-alvo é formado por bacharéis, licenciados e tecnólogos de qualquer área do conhecimento.
“Preferencialmente, esses profissionais devem desenvolver ações ligadas à gestão da educação e tecnologias”, observa Breno Pádua, assessor do Gestec.
As inscrições serão realizadas eletronicamente, por meio do site do programa. A taxa de inscrição tem valor de R$ 70. Os interessados devem efetuar o pagamento e apresentar os documentos exigidos em edital (veja termo aditivo) na secretaria do programa, localizada no Departamento de Educação (DEDC), das 9h às 16h. Há ainda a opção de enviar a documentação pelos Correios (via Sedex).
Estão sendo oferecidas vagas para seis disciplinas: política educacional, gestão e formação de gestores; educação, direitos humanos e desenvolvimento social; processos tecnológicos e redes sociais; tecnologia e inovação; processos tecnológicos, redes sociais e educação; e gestão da educação, processos e medidas.
Segundo Breno Pádua, o programa visa uma atualização permanente sobre os avanços da ciência e tecnologia, além de produzir conhecimentos e capacitar e aperfeiçoar profissionais da área.
“O aluno especial terá a oportunidade de conhecer as nossas linhas de pesquisa. No futuro, poderá decidir acerca de uma habilitação, caso deseje ser aluno regular”, explica o assessor.
A seleção consiste em análise curricular. O resultado será divulgado no dia 29 de fevereiro. A matrícula acontece entre os dias 1º e 6 de março, na secretaria do programa.
O Gestec, segundo o coordenador Ivan Novaes, é o primeiro programa de pós-graduação stricto sensu da área oferecido no Nordeste por uma universidade pública.
Informações: Gestec/Campus I – tel. (71) 3117 – 5311.
Imagem (home): Divulgação, com arte de Larissa Pimenta/Ascom



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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Big Brother Brasil (BBB) na visão de Luis Fernando Veríssimo

COM QUE CLASSE O VERISSIMO DESCASCOU ESSE ABACAXI.



Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. 
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB  é a pura e suprema banalização do sexo.
http://www.portalct.com.br/files/all/images/Geral/luizFernandoVerissimo208x146.jpg
Luis Fernando Veríssimo
É cronista e escritor brasileiro
Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB  é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.


Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. 

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

Esta crônica está sendo divulgada pela internet a milhões de e-mails.







IFBA - SELEÇÃO PROFESSORES TEMPORÁRIOS E SUBSTITUTOS

O Instituto Federal da Bahia abriu vagas para professores subsitutos e temporários em diversas áreas.
As iscrições estão abertas...
Vamos lá, colegas!

clique aqui

Concurso professoes IFBA é domingo

A primeira etapa do concurso do Instituto Federal da Bahia acontecerá no próximo dia 29 em Salvador.
Ver mais informações no link : clique aqui

A Comissão designada através da Portaria nº. 1170, de 09/08/2011 e alterada pela
Portaria nº 1394, de 10/10/11 para viabilizar a realização do Concurso Público para
provimento dos cargos de Professor do Magistério do Ensino Básico Técnico e
Tecnológico, informa:
· QUANTO À PROVA ESCRITA – dia 29/01/2012
o Locais de realização da prova escrita divulgado no sítio do IFBA em
21/01/12
o Horário de abertura dos portões: 07h20min (horário local)
o Horário de fechamento dos portões: 07h50min (horário local)
o Horário previsto para início da prova: 08h00min (horário local)
o Usar caneta esferográfica de tinta azul ou preta
OBS.: O(a) candidato(a) deverá comparecer ao estabelecimento divulgado para
realização da prova com antecedência mínima de 1 (uma) hora do horário previsto
para o início dos trabalhos, munido do original do documento oficial de identificação
utilizado no ato de inscrição.
· QUANTO À PROVA DE DESEMPENHO DIDÁTICO
o Data prevista para início dos sorteios dos pontos: 09/03/2012, a partir
das 08 horas
o Período previsto para realização: 10/03/2012 a 25/03/2012, a partir das
08 horas
OBS.: Vale salientar que datas e horários das provas didáticas poderão ser alterados
por motivo de força maior.
Salvador, 21 de janeiro de 2012.
Comissão do Concurso Docente – IFBA

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ENVIE SEU ARTIGO PARA PUBLICAÇÃO

Quem desejar enviar artigos que tratem de questões interessantes sobre política, educação, cultura etc. enviar para o meu e-nail, que farei a seleção e a postagem.

lilianassessora@hotmail.com

Projeto de Lei 267/11 - estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores

EM apoio! REPASSEM


Projeto de Lei 267/11
A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que  ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino.
Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente.
A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante.
Indisciplina
De acordo com a autora, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineira nas escolas brasileiras e o número de casos de violência contra professores aumenta assustadoramente. Ela diz que, além dos episódios de violência física contra os educadores, há casos de agressões verbais, que, em muitos casos, acabam sem punição.
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
PASSEM PARA TODOS OS PROFESSORES DA SUA LISTA.... VAMOS APOIAR!!!!!!!
SE NÃO TIVER PROFESSORES NA SUA LISTA ;  REPASSEM PARA OS QUE SÃO PAIS, POIS ELES PRECISAM APOIAR O TRABALHO DOS PROFESSORES.
Conselho Municipal de Educação de Vassouras - RJ

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Palestras ministradas por Lilian Lima Pereira

1 - O papel do corpo na aprendizagem - a importância da Psicomotricidade

A palestra aborda a relação entre corpo, aprendizagem e movimento e as intervenções que podem ser realizadas pelos educadores no ambiente escolar.

2 - O conhecimento e as EaDs - desafios e possibilidades
A palestra aborda a relação entre conhecimento, tecnologia e educação a distância.

3 - Escola analógica, sociedade digital - o sujeito e o conhecimento no século XXI
A palestra trata das questões referentes ao homem, ao conhecimento e ao papel da escola na sociedade contemporânea.

4 - A importância da formação no contexto escolar - abordagens contemporâneas
A palestra apresenta a importância da formação continuada realizada no ambiente escolar e as consequências destas para o processo de ensino e aprendizagem de educadores e educandos.

5 - A leitura e a docência - uma relação indissociável
Trata das questões relacionadas ao processo de formação do professor leitor e a sua  influência no prática docente.

6 - Avaliação e apredizagem - uma questão, muitas facetas
A palestra referenda a relação entre aprendizagem, conhecimento e avaliação.

7 - Educação Infantil - desafios e perspectivas
A palestra trata das principais questões que permeiam a educação infantil no Brasil.

Título:  PROFESSOR ACREDITE EM SI MESMO
Autor:  HAMILTON WERNECK
Editora:  WAK EDITORA - 97 páginas
ISBN:  978-85-88081-76-5
Por: R$ 20,00
Veja também outros
títulos deste autor.

"Ensinamos demais, Aprendemos de menos" - Hamilton Werneck


Ensinamos demais, aprendemos de menos


Este livro aborda o cotidiano da escola, a questão da autoridade, da disciplina, do livro texto, da interdisciplinaridade e dos currículos.

Editora Vozes

22ª Edição            R$20,00

O Autor Informa
contato Tel.: (22) 2522-1429 Fax: (22) 2522-8381 Universidade: (22) 2523-9972 Celular: (27) 9989-6286 E-mail: hamilton@netflash.com.br Home Page: www.hamiltonwerneck.com.br 

Contatos

Lilian Lima Pereira é Especialista em Filosofia Contemporânea e Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Psicomotricista pela Faculdade de Educação e Ciências Econômicas da Bahia (FACCEBA). Professora das Redes Pública e Privada de Ensino. Autora de Escola não é circo, Professor não é Palhaço - intencionalidade e educação e autora e organizadora de Por dentro da Educação Infantil: a criança em foco (ambos pela Editora Wak), além de organizadora e co-autora da coleção Cultura e Educação Afrobrasileira e Indígena (Editora Ética).
E-mail: lilianassessora@hotmail.com

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Matéria publicada na Revista Direcional Educador - Edição 80 - setembro/2011

Matéria publicada na Revista Direcional Educador - Edição 80 - setembro/2011

Reprovação escolar: uma questão, muitas facetas

A reprovação nas escolas brasileiras é antiga e está atrelada à ideia de que os sujeitos aprendem ou deveriam aprender em tempos iguais e determinados. É a evidência mais forte da concepção tradicional de ensino que concebe o professor como um transmissor de conhecimentos e o aluno como um mero receptor. Revela ainda a concepção dos professores que acreditam na homogeneidade dos sujeitos, neste caso, daqueles que frequentam a escola na condição de alunos, termo que significa “sem luz”, talvez uma mera coincidência.

No Brasil a estrutura de organização seriada, presente na maioria das unidades escolares, subsidia a aceitação da reprovação como se esta fosse a solução mais viável para tratar os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem ou ainda que “não aprendem”, se é que é possível que alguém não aprenda. É uma espécie de controle que barra a progressão daqueles que não seguem o percurso escolar por não estarem no mesmo nível de aprendizagem dos demais.
É impressionante como cada vez aumentam e se tornam mais fortes os discursos que defendem a retenção do aluno numa mesma série a fim de que ele possa progredir depois. É, ao mesmo tempo, terrível, perceber que essas são falas de profissionais da Educação que estudam e se atualizam, mas que não conseguem esquecer ou rejeitar a tradição que receberam por herança em sua vida escolar.

O que significa ser reprovado? Por que um aluno é reprovado? O que justifica a sua manutenção numa mesma série?

O termo reprovado significa censurado, criticado, condenado; quanto à palavra reprovação quer dizer desprezo, crítica, desdém. Ora, os sentidos das expressões já revelam por si mesmos as suas implicações. Entretanto, uma desculpa corriqueira para justificar o ato de reprovar é a de que se o aluno passar mais um ano naquela série, vendo novamente os conteúdos que não conseguiu assimilar, terá mais êxito, inclusive em sua vida acadêmica. É esta uma grande falácia, pois o aluno que repete um ano letivo perde a motivação, seja pelo constrangimento de estar novamente naquele mesmo ano de escolaridade, seja pela convivência com colegas menores com interesses distintos.

Podem-se elencar alguns aspectos que “justificam” a reprovação na visão de alguns professores.

1. O aluno deve repetir a série para que aprenda tudo o que não aprendeu neste ano.

Ora, a repetição dos conteúdos não favorece o processo de aprendizagem do aluno, como se cogita. A assimilação dos conteúdos ocorre em função do interesse, da motivação e da percepção do sentido dos mesmos para o indivíduo. Se assim fosse não teríamos alunos repetindo por vários anos uma mesma série.

O desenvolvimento humano naturalmente não retrocede, ao contrário, avança. O indivíduo passa por diversas fases da sua vida e se modifica com o passar do tempo, em todos os aspectos, biológico, psíquico, afetivo e social, assim como seus interesses e necessidades.

2. O aluno não sabe ler, escrever ou calcular.

Leitura, escrita e cálculo não são fins em si mesmos. São meios para que os sujeitos possam resolver as diversas situações com as quais se defrontam no cotidiano. Há nesse caso uma dupla incoerência: fazer o aluno permanecer numa mesma série sob alegação de que não possui domínio de certos conhecimentos básicos e não reconhecer que se ele não adquiriu tais aquisições do código linguístico e matemático não pode responder sozinho por isso - por trás de quem pouco aprende há também quem pouco ensina.

A progressão da Aprendizagem é um direito do aluno e uma responsabilidade do professor, cuja preocupação deve se centrar em buscar favorecer as condições para que as potencialidades dos educandos se manifestem.

3. O aluno, além de não saber nada, é indisciplinado.

O aluno é uma pessoa, o que significa que é um ser biopsicossocial. Tem uma vida que vai além da escola. É também expressão de uma família, de uma igreja, de uma comunidade que lhe transmite valores e experiências variadas.

Tanto a ação quanto a percepção que o ser humano tem sobre si mesmo e sobre o mundo que o cerca tem uma relação direta com suas vivências, desde o útero até o momento atual. A escola não pode continuar acreditando que os sujeitos são destituídos de uma história pessoal que reflete no seu caráter e no seu comportamento.

4. O aluno não pode seguir com os demais porque não está no mesmo nível de aprendizagem.


Somos seres distintos. Esta afirmação não se aplica apenas às dimensões pessoais dos sujeitos. Querer nivelar os alunos em seu processo de aprendizagem é um desrespeito aos ritmos e aos tempos dos mesmos. Para nós, educadores, que falamos tanto em respeito às diferenças, essa busca pela homogeneização do conhecimento dos indivíduos é contraditória.
Esses aspectos podem caracterizar em seu conjunto o que o professor Vitor Paro considera uma das implicações didático-pedagógicas do apego à reprovação, isto é, percebê-la como motivação, e ressalta:

“É preciso, todavia, considerar que há um equívoco didático enorme em supor que a presença da prova ou da reprovação seja um motivo essencial defensável para induzir o aluno ao estudo. Se for verdade que é pela nota que se motiva o aluno a estudar e a ter responsabilidade, significa que o ensino está muito mal provido de recursos para motivar o aluno a estudar...”

(PARO, 200, p 111)

O tema é polêmico e é provável que os humores se modifiquem a partir das argumentações aqui expostas. Mas, reflita, caro colega professor: se lhe sobrevier uma inquietação, uma angústia, um duvidar, talvez haja o que se modificar, pois ainda que você discorde da abordagem realizada, permita-se pensar a respeito, porque bem sei que não é por maldade que muitos de nós ainda reprovamos os nossos alunos.

É fato que para nós, professores, é difícil abandonar velhas práticas das quais inclusive fomos vítimas, mas é preciso refletir sobre algumas situações que ocorrem em nossas escolas e permanecem apenas porque são pouco investigadas. Talvez enxerguemos apenas as partes, sem observar o todo, e pior, é possível que o mundo esfacelado o qual percebemos não seja apenas o somatório de partes. Como evidencia Morin, cada parte traz em si mesma o gérmen de uma possível totalidade e, concomitantemente, o todo é composto por várias dimensões.

Mas o que dizer de uma escola em que os alunos não têm a maioria das aulas durante um semestre por falta de profissionais? Ou ainda de prédios escolares com salas apertadas, sem ventilação ou qualquer tipo de atrativo? O que dizer de coordenações pedagógicas que muitas vezes se atêm a funções administrativas, secundarizando as questões pedagógicas? O que dizer de um governo que deixa os alunos sem aulas durante meses porque não convoca professores concursados no período correto? O que dizer de aulas tão enfadonhas que fazem o aluno e também nós, professores, desejarmos ansiosos o seu final? O que dizer de pais que têm pouco ou nenhum contato com seus filhos pelos motivos mais nobres e mais torpes?
O aluno é o único culpado pelo seu baixo desempenho?
Os professores repetem a sua formação?
O governo não deveria ser destituído por não assumir as suas responsabilidades?
E a equipe gestora das unidades escolares, das secretarias e diretorias de educação que pouco atendem as necessidades escolares, também não deveriam ser exoneradas?
Como priorizar apenas a dimensão cognitiva, deixando de lado outras que ajudariam no desenvolvimento do aluno?
Por que não privilegiamos a dimensão psicomotora já que essa possibilita a expressão corporal, o equilíbrio entre corpo e mente, movimento e afeto?
Por que apenas os alunos sofrem o ônus da reprovação?
Vários fatores contribuem para que haja uma disparidade entre o que se busca e o que de fato acontece no cotidiano das escolas e, num sentido mais amplo, na Educação. É preciso perceber que a reprovação apenas reproduz um modelo de sociedade excludente e segregadora que cada vez mais privilegia uma camada da sociedade. Há uma espécie de reducionismo que privilegia costumes, valores e crenças de uma parte da nação: a elite brasileira, assim nominada por sua favorável condição econômica, o que gera um equívoco - porque as classes ricas também são consideradas superiores em outros aspectos, inclusive, no aspecto cultural, desprezando-se o legado das classes populares, que apesar de sua pobreza econômica, nunca foram inferiores em outros aspectos, muito menos, culturalmente, embora assim sejam percebidas.
Considerar os costumes e tradições de uma parcela da população como um todo possibilitou uma fragmentação dos saberes e uma crença inadequada de que os alunos oriundos das classes economicamente favorecidas expressam-se melhor e são mais capazes. Um mito apenas! Visto que esses alunos são melhores adaptados ao modelo de Educação da escola porque continuam na escola o que já vivenciam em suas famílias, a exemplo da própria Língua Portuguesa. O professor e escritor Hamillton Werneck aborda a questão no livro Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata.
Há mais que um viés nessa questão: é equívoco responsabilizar unicamente a Educação pelos grandes males da sociedade e, aí, apresenta-se um paradoxo: se, por um lado, ela se constitui um pilar de sustentação que mantém o poderio dos grupos mandatários no País, por outro, tem a função de preparar o homem para viver cooperativamente.
Diante dessa ambiguidade, questiona-se o papel do professor e da própria escola. Ou eles sustentam a reprodução dos modelos sociais vigentes ou contribuem para transformar a realidade social. A escolha advém da intencionalidade desses sujeitos e a própria construção da cidadania ou a aceitação da subserviência evidenciam-se a partir dessa escolha. Se a formação dos sujeitos cidadãos tem a ver com a intencionalidade daqueles que constroem e participam da Educação, a escola e o professor têm papéis fundamentais porque orientam as gerações que se apropriam de certos valores ou os modificam. Se o professor e a escola almejarem a mudança de atitudes dos aprendizes, então, importar-se com a valorização da infância, garantindo a progressão das aprendizagens pode ser um bom começo para favorecer uma escola em que alunos se transformam em educandos e são valorizados por suas potencialidades.


Lilian Lima Pereira é Especialista em Filosofia Contemporânea e Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Psicomotricista pela Faculdade de Educação e Ciências Econômicas da Bahia (FACCEBA). Professora das Redes Pública e Privada de Ensino. Autora de Escola não é circo, Professor não é Palhaço - intencionalidade e educação e autora e organizadora de Por dentro da Educação Infantil: a criança em foco (ambos pela Editora Wak), além de organizadora e co-autora da coleção Cultura e Educação Afrobrasileira e Indígena (Editora Ética).
E-mail: lilianassessora@hotmail.comlilianassessora@hotmail.com

Alunos da Rede Municipal de Itabuna são aprovados no IFBA

CAIC Jorge Amado se destaca com a aprovação de quatro estudantes
A Secretaria de Educação de Itabuna comemora a aprovação de oito alunos da Rede Municipal de Ensino no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), modalidade integrada para os cursos de Informática e Segurança do Trabalho. Os estudantes, com idade entre 14 e 16 anos, concluíram o  9º ano do Ensino Fundamental (Ciclo da Adolescência - Fase III), na Escola Lourival Ferreira (Ferradas), CAIC Jorge Amado e IMEAM.
Os alunos concorreram com outros estudantes das redes de Ensino Público e Privado da região Sul da Bahia. A quantidade de vagas é a  mesma para todos os concorrentes. Os estudantes da rede municipal concorreram diretamente, inclusive, com candidatos de Ilhéus, cidade sede do IFBA no Sul da Bahia. A aprovação em um instituto federal garante aos educandos uma oportunidade de qualificação referência no Brasil, que valoriza o currículo na área educacional.
O titular da Secretaria de Educação, Gustavo Lisboa, comemora o resultado, fruto de um grande trabalho realizado na Rede Pública de Ensino. “Para nós, é um orgulho muito grande saber que o trabalho na rede pública de ensino em Itabuna tem surtido o efeito desejado. Esse é também o resultado do esforço de toda uma equipe sintonizada e preocupada com a melhoria da qualidade do ensino na rede, especialmente os que atuam no Departamento da Educação Básica”, destacou o titular da Secretaria, Gustavo Lisboa.
A assessora do Ensino Fundamental (Anos Finais) da Secretaria da Educação, Lilian Lima Pereira declarou que essa vitória é de todos que fazem a educação pública acontecer em Itabuna. De acordo com ela, “esse é apenas um pequeno exemplo das grandes realizações na área educacional no município. A aprovação de nossos alunos vem confirmar que a escola pública em Itabuna tem qualidade e o resultado mostra a preocupação da Secretaria de Educação, que soube fazer o diferencial ao longo desses sete anos”, complementou a assessora.
Conquistas
A estudante Jeane Rosa dos Santos, de 16 anos, é aluna do Colégio Lourival Ferreira e diz que a nota no IFBA foi uma grande conquista. “Valeu a pena estudar para sentir o sabor da aprovação”, afirma. Para a aluna Lorena Góis, a conquista no instituto é o começo de outras vitórias que virão. “Vencer no IFBA é só o começo da nossa vitória, e foi resultado de muito estudo e esforço para alcançar os nossos objetivos”.
João Pedro Santana, de 15 anos, aluno do IMEAM, também comemora a aprovação e diz que ela reflete o avanço na rede pública de ensino. “Acredito que essa conquista não é apenas minha, mas de todos os alunos, professores e gestores envolvidos com a educação municipal em Itabuna”. “Isso é motivo de grande comemoração para todos nós”, complementa a estudante Rebeca Oliveira, do CAIC Jorge Amado.
Veja, abaixo, a relação completa dos aprovados (em ordem alfabética).


1 Carla Lorena do Carmo Gois IMEAM Segurança do Trabalho
2 Bruno Santos Mendonça CAIC Jorge Amado Informática
3 Jeane Rosa Santos G. E. Lourival O. Soares Informática
4 João Pedro Santana Valadares IMEAM Segurança do Trabalho
5 Késsia Araújo Correia IMEAM Informática
8 Sandine Emanuella Santos Bezerra CAIC Jorge Amado Informática
7 Rebeca de Oliveira Dias CAIC Jorge Amado Segurança do Trabalho
8 Thamiles Santos de Oliveira CAIC Jorge Amado Segurança do Trabalho

CAIC Jorge Amado Aprovados no IFBA CAIC Jorge Amado Aprovados no IFBA 1
Texto: Rosi Barreto. Especialmente revisado e parcialmente modificado por Eric Souza, para o Blog do CAIC Jorge Amado. Direto do site da Prefeitura de Itabuna.  – Fotos: Waldyr Gomes – Publicado em 06 de janeiro de 2012.

 Fonte: Blog do Caic Jorge Amado

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Congresso internacional de educação em Porto Seguro

Com a presença de cerca de 2,6 mil participantes e várias autoridades, a abertura do 1º Congresso Internacional de Educação do Estado da Bahia (Cideb 2011), na noite do último dia 8, no Centro de Convenções, em Porto Seguro, teve como destaque a palestra do professor-doutor Leonardo Boff, que explorou o tema Ética e Tempo de Transcendência. "O mundo vive em crise e a principal delas é a ética. Precisamos urgente resgatar esse valor para com o planeta e para com as pessoas, colocando-nos um no lugar do outro”, disse, aplaudido várias vezes ao longo da palestra.
Pelo Sebrae, um dos apoiadores do evento, participam Jaqueline Baqueiro, supervisora da área de 
Evento tem um público de mais de 2.500 pessoas
educação, e Silvana Nunes, coordenadora do núcleo de conhecimento e tecnologia. 
O reitor da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Lorisvaldo Valentin, falou sobre os quatro dias da programação do congresso, destacando que o Cideb tem o objetivo de promover o desenvolvimento pessoal e profissional em todas as áreas, fundamentado nos padrões éticos e de qualidade. “Visando sempre a satisfação através de propostas que atendam às necessidades de trabalho, dos novos rumos científicos, tecnológicos, econômicos, humanos, sociais e culturais da coletividade, e não simplesmente responder a desejos específicos”, destacou.

A secretária de Educação de Porto Seguro, Dilza Reis, declarou que o Congresso vai aprimorar as leis que regem a educação no Brasil, indicando saídas para o Estado. “A primeira deve ser o resgate da autoestima do professor, além de focar um novo olhar sobre o ensino, pela ótica de quem mais precisa”, acredita. Já o prefeito Gilberto Abade considerou que os temas explorados no evento elevarão os conhecimentos e habilidades dos educadores das 103 escolas municipais da zona urbana e rural, que abrigam 33 mil estudantes no município.

O congresso segue até sábado, 11, e vai reunir palestrantes de renome internacional, como Phillipe Parrenoud, Marc Giget, Celso Antunes, Hamilton Werneck, Eduardo Shinyashiki e Tânia Zagury em torno do tema “A Educação para um Estado sem Fronteiras”. Organizado pela empresa Elvento, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que assina a chancela científica do evento, o Cideb atraiu professores e educadores de todo o país.

O professor e escritor Fernando Dolabela é um dos convidados mais aguardados. Consultor e professor da Fundação Dom Cabral, consultor do Sebrae, da CNI-IEL Nacional, do CNPq, e da AED (Agência de Educação para o Desenvolvimento) e dezenas de universidades, Dolabela participa com publicações sobre empreendedorismo nos maiores congressos nacionais e internacionais. É autor de vários livros e o criador dos maiores programas de ensino sobre empreendedorismo do Brasil na educação básica e universitária. Foi ele quem criou a metodologia Oficina do Empreendedor, utilizada pelo Sebrae em todo o país.

A programação do congresso é intensa. Durante todo o dia, há mais de 40 opções de atividades acadêmicas, o que permite que o participante personalize sua grade. Entre as atividades estão palestras, minicursos, workshops, visitas, mesas redondas e apresentações de trabalhos acadêmicos.
Os participantes contam com uma mega estrutura durante o congresso, que inclui segurança em todo o período de realização conduzida por empresa particular e policiamento civil; feira de serviços com estandes de venda; equipe médica com profissionais de plantão 24 horas; área de credenciamento totalmente informatizada; central de informações; espaços para apresentações artísticas e culturais; hospedagem com qualidade garantida, beneficiando a rede hoteleira local; receptivo turístico e passeios personalizados.



09h00 – Pronunciamento das diretoras regionais de Educação, Direcs 8 e 9
09h30 - Conferência “Educação, Trabalho e Desenvolvimento Sustentável”, com Luiz Augusto Caldas Pereira
11h30 - Palestra “Como incentivar a parceria família e escola?”, com Edileide Castro
11h15 - Palestras e oficinas
Sala 1: “Educação, trabalho e desqualificação social”, com Carla L. N. dos Santos
Sala 2: “Educação, gênero e sexualidade”, com Suely Messeder
Sala 3: “Outros modos de olhar: Acessibilidade em produtos audiovisuais”, com Iracema Vilaronga
Sala 4: “Educação e direitos humanos”, com José Cláudio Rocha
Sala 5: “Robótica pedagógica livre”, com Danilo Rodrigues Cesar
Sala 6: “Educação do campo”, com Gilsélia Macedo Freitas
15h00 - Palestra “Pedagogia empreendedora: Ensino de empreendedorismo na educação básica”, com Fernando Dolabela
15:00 - Palestras e oficinas
Sala 1: “Diretrizes para a melhoria do processo educativo”, com Janeth Scofield
Sala 2: “Bom humor, segurança e elevada autoestima: Características que conquistam o aluno e facilitam a aprendizagem”, com Edileide Castro
Sala 3: “Nos bastidores da escola: O que há por trás do sucesso e do fracasso escolar”, com Lilian Lima Pereira
Sala 4: “Debate videográfico do filme ‘Navegar será, de fato preciso’?”
Sala 5: “Práticas de ações afirmativas no contexto escolar: Experiências do Núcleo Educacional de Ações Afirmativas (Neaf), com Fernanda Pereira Alves
Sala 6: “O currículo escolar e as relações de heterossexismo e homofobia na educação básica DR”, com João Silva Rocha Filho
17f30 – Conferência “A arte do conviver e do aprender: O caminho do conhecimento”, com Eduardo Shinyashiki

Prêmio em dinheiro para alunos é visto com cautel

Iniciativa pode distorcer os valores dos alunos, defendem profissionais da área.
Professora questiona se os estudantes conseguiriam atingir os critérios de excelência.



  “Tirar boa nota é obrigação do aluno”
A escritora Lílian Lima fez duras críticas ao projeto. Segundo ela, a iniciativa só deve servir para alunos desenvolverem “melhores artimanhas para colar dos colegas que estudam”.

Ela acredita que a medida pode “formar pessoas mercenárias”. Lílian dá aulas de filosofia a um universo de estudantes que vai da 5ª série à universidade e coordena o ensino fundamental da Secretaria municipal de Educação de Itabuna, na Bahia.

“Se, em algum momento, o governo não puder mais proporcionar isso, o sujeito não estuda mais”, pondera a professora de filosofia.

Lima disse também que desconhecia medida educacional semelhante à premiação por mérito. Ela acha que a prefeitura do Rio deveria usar o dinheiro para investir nas escolas e nos professores. Se houvesse investimento no salário dos docentes, alunos seriam consequentemente beneficiados, na opinião da escritora.

“Achei a medida extremamente errada porque só faz com que o professor se sinta mais humilhado do que normalmente já é. Deveria ser obrigação do aluno tirar notas boas”, disse Lílian Lima.

No livro, Lílian Lima trata da desvalorização imposta ao professor pela sociedade. Segundo a editora Wak, responsável pela publicação, a edição de lançamento teve as vendas esgotadas na Bienal do Livro de 2007 do Rio de Janeiro.

“Viver uma escola analógica é um erro” -Entrevista com Lilian Lima

“Viver uma escola analógica é um erro”

Autor: Da RedaçãoFoto: “Viver uma escola analógica é um erro”
Na última semana de julho, a equipe do Jornal, Escola e Comunidade (JEC) indica a leitura de “Por dentro da educação infantil - a criança em foco”, de Lilian Lima Pereira. O livro, publicado pela Wak Editora, aborda as mudanças de comportamento infantil e o modo como pais e educadores devem trabalhar diante dessa nova realidade.
Confira um trecho da entrevista concedida pela autora para o especial de férias do JEC.

Como as crianças são vistas atualmente, inclusive na escola?
A noção atual de infância é bem recente. Há 200 anos acreditava-se que existia um pequeno homem dentro de cada criança. Isso começa a ser modificado, pois já se busca uma compreensão sobre essa faixa etária.

Que dificuldades os pais e professores enfrentam para compreender essa faixa etária?
Já se busca um novo olhar para o universo infantil. Inclusive o conceito de infância já não mais se compatibiliza com um de seus antigos significados: infante (aquele que não fala). Então, os professores já não exercem tanta influência sobre seus alunos. É difícil constatar e aceitar essa realidade. As crianças de hoje tem acesso a todo tipo de informações. Os educadores precisam rever conceitos e começar a evidenciar o sentido das informações.

Como os professores de Educação infantil devem ser comportar? Os professores que trabalham direto com crianças precisam ter competências múltiplas e trabalhar com as linguagens da criança. É preciso também trabalhar com conteúdo que abrangem desde cuidados básicos até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Trabalhar com a brincadeira, diversificar os ambientes de aprendizagens é essencial. É preciso questionar: as crianças se movimentam na escola? Como interagem nos espaços escolares? Os professores admitem o movimento na sala de aula? A docência é constituída a partir de saberes oriundos tanto as dimensões pessoais quanto profissionais. É preciso observar o que a orienta.

Que mudanças os profissionais da educação observam no cotidiano?
Hoje vivemos na era da tecnologia. Sem dúvida, não se pode negar o progresso que isso nos trás. Antes a escola podia se contentar com a função de transmissora do conhecimento, responsável pelos saberes universais, mas hoje isso não é mais assim. Os alunos podem acessar informações de todo o mundo, obter o prazer por meio de imagens, jogos e viagens. A internet passou uma rasteira nos mestres porque é mais ágil e interessante que a sala de aula. Viver uma escola analógica, em uma sociedade digital é um erro, que iremos pagar se não começarmos o processo de mudança já.

Quais recursos deveriam ser usados no cotidiano da escola?
São aqueles que se usam tradicionalmente, tais como jogos, dinâmicas, quebra-cabeças ou massas de modelar. Porém o mais importante é a forma como o professor interage com a criança. Tudo pode funcionar com a criança se houver o prazer em aprender.

De que forma o professor de educação infantil pode cultivar nos alunos o hábito da leitura, inclusive de jornais?A leitura é um processo aprendido de reconhecimento e compreensão de palavras e frases que se apóiam mutuamente, levando a criança a se interessar por materiais impressos, brincando e descobrindo significados. Isso melhora a comunicação com outras pessoas e com o mundo. Se, para criança, a escrita é uma atividade complexa, o jogo, especialmente o jogo dramático o contrário, é uma atividade motora que ajuda a desenvolver habilidades necessárias para a escrita. O jornal pode ser explorado, por meio das imagens, dos quadrinhos, dos jogos, das notícias que estejam relacionadas com a realidade da criança.



Reprovação escolar: uma questão, muitas facetas

Reprovação escolar: uma questão, muitas facetas

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A reprovação nas escolas brasileiras é antiga e está atrelada à ideia de que os sujeitos aprendem ou deveriam aprender em tempos iguais e determinados. É a evidência mais forte da concepção tradicional de ensino que concebe o professor como um transmissor de conhecimentos e o aluno como um mero receptor. Revela ainda a concepção dos professores que acreditam na homogeneidade dos sujeitos, neste caso, daqueles que frequentam a escola na condição de alunos, termo que significa “sem luz”, talvez uma mera coincidência.

No Brasil a estrutura de organização seriada, presente na maioria das unidades escolares, subsidia a aceitação da reprovação como se esta fosse a solução mais viável para tratar os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem ou ainda que “não aprendem”, se é que é possível que alguém não aprenda. É uma espécie de controle que barra a progressão daqueles que não seguem o percurso escolar por não estarem no mesmo nível de aprendizagem dos demais.
É impressionante como cada vez aumentam e se tornam mais fortes os discursos que defendem a retenção do aluno numa mesma série a fim de que ele possa progredir depois. É, ao mesmo tempo, terrível, perceber que essas são falas de profissionais da Educação que estudam e se atualizam, mas que não conseguem esquecer ou rejeitar a tradição que receberam por herança em sua vida escolar.

O que significa ser reprovado? Por que um aluno é reprovado? O que justifica a sua manutenção numa mesma série?

O termo reprovado significa censurado, criticado, condenado; quanto à palavra reprovação quer dizer desprezo, crítica, desdém. Ora, os sentidos das expressões já revelam por si mesmos as suas implicações. Entretanto, uma desculpa corriqueira para justificar o ato de reprovar é a de que se o aluno passar mais um ano naquela série, vendo novamente os conteúdos que não conseguiu assimilar, terá mais êxito, inclusive em sua vida acadêmica. É esta uma grande falácia, pois o aluno que repete um ano letivo perde a motivação, seja pelo constrangimento de estar novamente naquele mesmo ano de escolaridade, seja pela convivência com colegas menores com interesses distintos.

Podem-se elencar alguns aspectos que “justificam” a reprovação na visão de alguns professores.

1. O aluno deve repetir a série para que aprenda tudo o que não aprendeu neste ano.

Ora, a repetição dos conteúdos não favorece o processo de aprendizagem do aluno, como se cogita. A assimilação dos conteúdos ocorre em função do interesse, da motivação e da percepção do sentido dos mesmos para o indivíduo. Se assim fosse não teríamos alunos repetindo por vários anos uma mesma série.

O desenvolvimento humano naturalmente não retrocede, ao contrário, avança. O indivíduo passa por diversas fases da sua vida e se modifica com o passar do tempo, em todos os aspectos, biológico, psíquico, afetivo e social, assim como seus interesses e necessidades.

2. O aluno não sabe ler, escrever ou calcular.

Leitura, escrita e cálculo não são fins em si mesmos. São meios para que os sujeitos possam resolver as diversas situações com as quais se defrontam no cotidiano. Há nesse caso uma dupla incoerência: fazer o aluno permanecer numa mesma série sob alegação de que não possui domínio de certos conhecimentos básicos e não reconhecer que se ele não adquiriu tais aquisições do código linguístico e matemático não pode responder sozinho por isso - por trás de quem pouco aprende há também quem pouco ensina.

A progressão da Aprendizagem é um direito do aluno e uma responsabilidade do professor, cuja preocupação deve se centrar em buscar favorecer as condições para que as potencialidades dos educandos se manifestem.

3. O aluno, além de não saber nada, é indisciplinado.

O aluno é uma pessoa, o que significa que é um ser biopsicossocial. Tem uma vida que vai além da escola. É também expressão de uma família, de uma igreja, de uma comunidade que lhe transmite valores e experiências variadas.

Tanto a ação quanto a percepção que o ser humano tem sobre si mesmo e sobre o mundo que o cerca tem uma relação direta com suas vivências, desde o útero até o momento atual. A escola não pode continuar acreditando que os sujeitos são destituídos de uma história pessoal que reflete no seu caráter e no seu comportamento.

4. O aluno não pode seguir com os demais porque não está no mesmo nível de aprendizagem.


Somos seres distintos. Esta afirmação não se aplica apenas às dimensões pessoais dos sujeitos. Querer nivelar os alunos em seu processo de aprendizagem é um desrespeito aos ritmos e aos tempos dos mesmos. Para nós, educadores, que falamos tanto em respeito às diferenças, essa busca pela homogeneização do conhecimento dos indivíduos é contraditória.
Esses aspectos podem caracterizar em seu conjunto o que o professor Vitor Paro considera uma das implicações didático-pedagógicas do apego à reprovação, isto é, percebê-la como motivação, e ressalta:

“É preciso, todavia, considerar que há um equívoco didático enorme em supor que a presença da prova ou da reprovação seja um motivo essencial defensável para induzir o aluno ao estudo. Se for verdade que é pela nota que se motiva o aluno a estudar e a ter responsabilidade, significa que o ensino está muito mal provido de recursos para motivar o aluno a estudar...”

(PARO, 200, p 111)

O tema é polêmico e é provável que os humores se modifiquem a partir das argumentações aqui expostas. Mas, reflita, caro colega professor: se lhe sobrevier uma inquietação, uma angústia, um duvidar, talvez haja o que se modificar, pois ainda que você discorde da abordagem realizada, permita-se pensar a respeito, porque bem sei que não é por maldade que muitos de nós ainda reprovamos os nossos alunos.

É fato que para nós, professores, é difícil abandonar velhas práticas das quais inclusive fomos vítimas, mas é preciso refletir sobre algumas situações que ocorrem em nossas escolas e permanecem apenas porque são pouco investigadas. Talvez enxerguemos apenas as partes, sem observar o todo, e pior, é possível que o mundo esfacelado o qual percebemos não seja apenas o somatório de partes. Como evidencia Morin, cada parte traz em si mesma o gérmen de uma possível totalidade e, concomitantemente, o todo é composto por várias dimensões.

Mas o que dizer de uma escola em que os alunos não têm a maioria das aulas durante um semestre por falta de profissionais? Ou ainda de prédios escolares com salas apertadas, sem ventilação ou qualquer tipo de atrativo? O que dizer de coordenações pedagógicas que muitas vezes se atêm a funções administrativas, secundarizando as questões pedagógicas? O que dizer de um governo que deixa os alunos sem aulas durante meses porque não convoca professores concursados no período correto? O que dizer de aulas tão enfadonhas que fazem o aluno e também nós, professores, desejarmos ansiosos o seu final? O que dizer de pais que têm pouco ou nenhum contato com seus filhos pelos motivos mais nobres e mais torpes?
O aluno é o único culpado pelo seu baixo desempenho?
Os professores repetem a sua formação?
O governo não deveria ser destituído por não assumir as suas responsabilidades?
E a equipe gestora das unidades escolares, das secretarias e diretorias de educação que pouco atendem as necessidades escolares, também não deveriam ser exoneradas?
Como priorizar apenas a dimensão cognitiva, deixando de lado outras que ajudariam no desenvolvimento do aluno?
Por que não privilegiamos a dimensão psicomotora já que essa possibilita a expressão corporal, o equilíbrio entre corpo e mente, movimento e afeto?
Por que apenas os alunos sofrem o ônus da reprovação?
Vários fatores contribuem para que haja uma disparidade entre o que se busca e o que de fato acontece no cotidiano das escolas e, num sentido mais amplo, na Educação. É preciso perceber que a reprovação apenas reproduz um modelo de sociedade excludente e segregadora que cada vez mais privilegia uma camada da sociedade. Há uma espécie de reducionismo que privilegia costumes, valores e crenças de uma parte da nação: a elite brasileira, assim nominada por sua favorável condição econômica, o que gera um equívoco - porque as classes ricas também são consideradas superiores em outros aspectos, inclusive, no aspecto cultural, desprezando-se o legado das classes populares, que apesar de sua pobreza econômica, nunca foram inferiores em outros aspectos, muito menos, culturalmente, embora assim sejam percebidas.
Considerar os costumes e tradições de uma parcela da população como um todo possibilitou uma fragmentação dos saberes e uma crença inadequada de que os alunos oriundos das classes economicamente favorecidas expressam-se melhor e são mais capazes. Um mito apenas! Visto que esses alunos são melhores adaptados ao modelo de Educação da escola porque continuam na escola o que já vivenciam em suas famílias, a exemplo da própria Língua Portuguesa. O professor e escritor Hamillton Werneck aborda a questão no livro Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata.
Há mais que um viés nessa questão: é equívoco responsabilizar unicamente a Educação pelos grandes males da sociedade e, aí, apresenta-se um paradoxo: se, por um lado, ela se constitui um pilar de sustentação que mantém o poderio dos grupos mandatários no País, por outro, tem a função de preparar o homem para viver cooperativamente.
Diante dessa ambiguidade, questiona-se o papel do professor e da própria escola. Ou eles sustentam a reprodução dos modelos sociais vigentes ou contribuem para transformar a realidade social. A escolha advém da intencionalidade desses sujeitos e a própria construção da cidadania ou a aceitação da subserviência evidenciam-se a partir dessa escolha. Se a formação dos sujeitos cidadãos tem a ver com a intencionalidade daqueles que constroem e participam da Educação, a escola e o professor têm papéis fundamentais porque orientam as gerações que se apropriam de certos valores ou os modificam. Se o professor e a escola almejarem a mudança de atitudes dos aprendizes, então, importar-se com a valorização da infância, garantindo a progressão das aprendizagens pode ser um bom começo para favorecer uma escola em que alunos se transformam em educandos e são valorizados por suas potencialidades.

Jornada pedagógica de Almadina discute avalição da aprendizagem

“Avaliação da Aprendizagem: Dilemas e Perspectivas”
Este ano a Jornada está discutindo a questão da Avalição da Aprendizagem dos alunos em sala de aula. Questão esta muito complexa, de acordo com o secretário municipal de educação, Antônio José Santana (o Tom John). Atualmente o sistema de avaliação nas escolas é a partir das provas, que avalia a “competência” do aluno por meio de números. Conceito este errôneo, de acordo com o secretário, já que rotula os alunos em bons ou ruins / mais inteligentes ou menos inteligentes.
Em sua opinião, o sistema não deve abolir de vez as provas, mas sim passar a considerar outras formas de avaliação, partindo do princípio da avaliação personalizada.

A palestra foi ministrada pela professora e escritora Lilian Lima (Foto: Genisson Santos)
Isto foi o que foi explanado pela professora e escritora Lilian Lima, palestrante da jornada 2011. Segundo ela a escola precisa valorizar as diferenças de aprendizado e não se ater somente às normas livrescas na hora de avaliar seus alunos. “Apenas nota não avalia ninguém, porque pessoas não são números”, afirmou Lilian Lima, autora dos livros “Escola não é circo e professor não é palhaço” e “Por dentro da educação infantil: a criança em foco”.

II Seminário Brincando e Aprendendo

Programação


HORÁRIO
QUINTA-FEIRA (02.09)
08h
Abertura
08h30
Palestra - Infância e políticas públicas: o ingresso da criança de 6 anos no ensino fundamental
Profa. Dra. Eronilda Maria Góis de Carvalho (UESC)
10h
Mesa redonda – A infância e seus contextos
Profa. Esp. Gláucia Silva de Moura (PPGEduC/UNEB/CAPES)
Profa. Esp. Gleisy Vieira Campos (SEMED - Itabuna)
Profa. Esp. Mª Aparecida D’Ávila Cassimiro (UESC)
12h
Intervalo
14h às 18h
Oficinas


HORÁRIO
SEXTA-FEIRA (03.09)
08h às 12h
Oficicinas
12h
Intervalo
14h
Palestra - O corpo em movimento
Profa. Esp. Lilian Lima Pereira (SEMED - Itabuna)
16h
Painel - O trabalho docente na educação infantil: espaços, saberes e gêneros
Profa. Ma. Alba Lúcia Gonçalves (UESC)
Profa. Ma. Cláudia Celeste C. Lima Menezes (UESC)
Profa. Dra. Eronilda Mª Góis de Carvalho(UESC)
18h
Encerramento

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Contatos

                                      Profª Lilian Lima

Especialista em Filosofia Contemporânea e Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC.) Psimotricista pela Faculdade de Educação e Ciências Econômicas da Bahia - FACCEBA. Professora das Redes Pública e Privada de Ensino. Com 12 anos de experiência na educação básica. Autora do livro "Escola não é circo, Professor não é Palhaço - intencionalidade e educação" lançado em setembro de 2007 na III Bienal do Livro no Rio de Janeiro, que se encontra na 3ª edição pela editora WAK-Livros. A obra trata de questões educacionais, tais como: a a ética do educador, alteridade e educação, poder e autoridade do professor, sociedade e tecnologia, a partir de fundamentações filosóficas. É organizadora e autora do livro Por Dentro da Educação Infantil: a criança em foco pela mesma editora em 2010. O livro contém artigos de professores, pesquisadores e profissionais da Educação Infantil do Brasil, trata de temas relacionados ao movimento, a psicomotricidade, as questões etnicorraciais, a afetividade, a brindaceira, dentre outros, que são vivenciados no contexto da Educação Infantil. É organizadora e co-autora da coleção Cultura e Educação Afrobrasileira e Indígena, pela Editora Ética em 2010. 


Livros

Sinopse:


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Nada contra a maravilhosa tenda de fantasia que é o circo e, muito menos, contra os queridos palhaços que tanta alegria trazem com suas peripécias e exageros. Todavia a expressão serve para referendar vários equívocos que hoje a sociedade impõe à escola e ao professor.
O professor é um profissional com uma nobre função que é a de preparar os sujeitos para conviverem, servirem à sociedade e, quando necessário, transformá-la, tarefas nada fáceis. Por que, então, o professor é tão descredenciado por essa mesma sociedade que ajuda a formar?
A resposta pode ser dada em uma única frase ou pode servir para construir uma tese de doutorado.
Ora, o professor é um instigador de ideais, mas ele também precisa sentir prazer com o que faz, ou então, estará sendo obrigado a ser hipócrita, falando coisas em que não acredita, transmitindo emoções que não sente e isto mata a educação.

Notícias

Alunos da Rede Municipal de Itabuna são aprovados no IFBA]

 

Artigos

Matéria publicada na Revista Direcional Educador - Edição 80 - setembro/2011

“Viver uma escola analógica é um erro” -Entrevista com Lilian Lima''

 


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Videos

Fotos

Anivésario de 15 anos da Lorena.


Mnha filha Bianca e afilhada Lorena Gois que passou no IFBA
. Um enorme presente.

Meus tesouros!